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Participantes do Big Brother Brasil criam polémica após suposta apologia a prática da zoofilia

Hoje, o assunto é sério: zoofilia. Quem lançou a discussão em âmbito nacional foi a baiana Mari Gonzalez e Felipe Prior, participantes da 20ª edição Big Brother Brasil, na tarde do último domingo (26/01/2020). À beira da piscina, eles teceram comentários sobre o estupro de animais.
O brother começou contando que muitos funcionários de obras em que atua como arquiteto revelaram já terem transado com animais. Após o comentário de Felipe, a influencer deu a sua opinião sobre o assunto. “Isso é anormal para a gente, mas é normal para um monte de pessoas e está tudo bem. Para mim está tudo bem. Se a pessoa quer comer um animal, tudo bem”.

O comentário da participante rendeu polêmicas e diversas reações de ativistas, como Luisa Mell, que usou a sua conta no Instagram para repudiar o diálogo de Mari e Felipe. “Tive que assistir para acreditar que a participante do BBB20 Mari Gonzalez foi capaz de dizer: ‘Quer comer (no sentido de ter relações sexuais) um animal. Para mim tudo bem. Tá mara’. É inacreditável e inaceitável que tratem zoofilia desta maneira em rede nacional”.

O caso chegou às mãos do delegado e deputado estadual Bruno Lima (PSL), que afirmou que pretende acionar o Ministério Público do Rio de Janeiro para apurar o caso.

“Após esse triste episódio do BBB20, em que batem um papo sobre zoofilia, nossa equipe está estudando as medidas legais do que podemos fazer para não ficarmos só na teoria. Provavelmente, vamos fazer uma representação no Ministério Público do Rio de Janeiro para apurarem os fatos. Zoofilia é crime, não é normal. Queria vê-los fazendo resgate de animal estuprado e falarem que é normal”, escreveu Bruno Lima em suas redes sociais.

“Zoofilia nunca poderá ser tratado como algo normal, é crime! E todo indivíduo que comete tal atitude deve ser preso!”, defendeu o deputado em outra publicação.

A declaração da baiana também foi mal recebida nas redes sociais e internautas pediram a exclusão de Mari do reality. Estuprar animais é considerado crime de acordo com o Artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais nº 9.605/98. O chamado “sexo”, que não conta com consentimento do animal e muitas vezes o machuca, pode render a detenção por três meses a um ano e multa.

Para entender melhor sobre, conversamos com a psicóloga Marta Finorato. “Dentre as diversas ‘perversões sexuais’ ou parafilias, está a zoofilia, definida como atração ou envolvimento sexual entre humanos e animais de quaisquer outras espécies. Algumas teorias da psicologia baseadas nas obras de Freud, classificam a zoofilia como um transtorno da sexualidade humana”, explica.

“Estamos em um tempo de mudança de comportamento da sexualidade, em que todo tipo de relacionamento é possível, com o consentimento entre as partes. Acontece que um animal não tem essa consciência, então isso vai para o campo do abuso”, ressalta a médica.

Segundo ela, a ação ainda não tem explicação completamente aceitável para a ciência. “As razões que levam uma pessoa a maltratar um animal dessa forma podem ser diversas: falta de empatia, ter sido vítima de abusos, crueldade ou abandono”. A profissional frisa que “nem todo indivíduo que tenha maltratado animais será agressivo com humanos. No entanto, quase todos os indivíduos que cometem crimes contra humanos participaram de episódios de crueldade contra animais na infância, portanto, este é um preditor dos transtornos futuros de conduta”.

A veterinária Saula Ouverney, que comanda a Associação Voz Animal (AVA), destaca que os animais domésticos, como cães, gatos e similares são inocentes e indefesos e que a entidade sempre formaliza denúncia na Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) ou no Juizado Volante Ambiental (Juvam).

De acordo com a ativista, a prática é mais comum do que se imagina. “Acontece bastante, salvamos muitos pets assim, e dói o coração”, comenta Saula.

“Uma simples busca na internet revela também diversos sites e vídeos gratuitos mostrando sexo com animais: cachorro, cabrito e cavalo, principalmente”.

A postura de Saula é de não julgar, mas cobrar punição imediata, já que zoofilia é crime, previsto na Lei de Crimes Ambientais nº 9.605/98. “Chego a sentir dó dessas mentes doentes, mas não podem ficar impunes, para não naturalizarmos essa prática”, condena.

As informações são do Metrópoles 

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