Rede de Observatórios da Segurança registrou 2.423 casos de violência contra a mulher na Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo em 2022. Foram 495 feminicídios.Tayane Caldas (montagem remoção da tatuagem feita à força pelo ex) — Foto: Pedro Melo/TV Vanguarda
Um estudo com dados de sete estados brasileiros aponta que, em 2022, uma mulher foi vítima de violência a cada quatro horas: foram 2.423 casos — e 495 deles terminaram em morte.
O levantamento consta do boletim “Elas Vivem: dados que não se calam”, da Rede de Observatórios da Segurança, lançado nesta segunda-feira (6). A terceira edição do documento compilou os registros na Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo.
O maior número de eventos foi registrado em São Paulo (898) — um a cada dez horas. São casos como o da jovem sequestrada que teve o rosto tatuado com o nome do ex-companheiro ou o da procuradora-geral espancada no local de trabalho.
A Bahia é o estado com maior taxa de crescimento em relação ao último boletim, com uma variação de 58%, com ao menos um caso por dia, além de ser o primeiro em feminicídios do Nordeste, com 91 registros.
“Existe a necessidade de que todas as pessoas tenham um conhecimento social sobre essas questões para que a gente possa transformar esses números, que aumentam a cada ano”, explica a pesquisadora baiana Larissa Neves.
Aumento no RJ
O Rio de Janeiro também apresentou uma alta significativa de 45% em um ano com casos de repercussão nacional, como o do estupro de uma parturiente cometido por um anestesista ou do chefe de investigações da delegacia da mulher acusado de agredir a ex-companheira.
O Rio chegou a registrar ao menos um caso de violência contra a mulher a cada 17 horas, e casos de violência sexual praticamente dobraram, passando de 39 para 75.
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