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Delegado detalha como adolescente esquartejou jovem: "desejava matar para ver como é". Disse

Suspeito de 17 anos e namorada foram apreendidos em Araraquara (SP) na segunda-feira.
Do G1
A estudante Yasmin da Silva Nery, de 16 anos, foi encontrada morta em Araraquara — Foto: Reprodução/Facebook
O jovem de 17 anos que confessou ter esquartejado uma adolescente de 16 anos em Araraquara (SP) disse à Polícia Civil que "desejava matar para ver como é". Esse foi o principal motivo do crime contra a vítima que foi escolhida ao acaso.
O suspeito e a namorada, que ajudou no transporte das partes do corpo, foram apreendidos na segunda-feira (10). Segundo o delegado Fernando Bravo, da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), ambos não demonstraram arrependimento.
"Ele contou que a parte do corpo guardada na casa dele era um troféu. Pouco antes de deixar a delegacia, disse que não estava arrependido. A namorada apresentou algum arrependimento na frente da mãe, mas quando ela estava com a gente até dava risada do que estava acontecendo".
A estudante Yasmin da Silva Nery foi encontrada durante a tarde. Ela estava desaparecida desde domingo (9). A polícia ainda procura por partes do corpo que foram jogadas na rede de esgoto. Equipes do Corpo de Bombeiros e do Departamento Autônomo de Água e Esgoto (Daae) devem auxiliar as buscas nesta terça-feira (11).
Segundo o delegado, familiares da estudante contaram que o último contato dela tinha sido com um adolescente. Ele foi encontrado e apresentado na delegacia na presença do pai.
"Inicialmente ele estava muito nervoso, começou a apresentar versões contraditórias. Saímos com diligências e,chegando na casa onde ele mora com a mãe, ele já começou a nos dizer que realmente ia falar a verdade e acabou por confessar que tinha matado", disse o delegado.
De acordo com Bravo, o adolescente contou que após o crime cortou o corpo da jovem e espalhou pela cidade. "Conseguimos encontrar uma parte do tronco e um pedaço da perna na casa dele. Cabeça e outros membros estavam em uma represa. E outras partes foram jogadas dentro de uma galeria de esgoto. Estamos trabalhando para recuperar essas partes".
Ainda segundo o delegado o suspeito confessou que agiu sozinho. "Mas foi apurado depois que ele tinha uma namorada que o auxilou no transporte das partes do corpo e jogou na represa. Ela também foi apreendida e ambos serão apresentados aos Ministério Público nesta manhã", disse Bravo.
Luta pela vida
Parte do corpo estava na casa do acusado no bairro Hortênsias em Araraquara — Foto: A Cidade ON/Araraquara
Segundo o delego, a escolha da vítima foi um acaso. O adolescente contou que conheceu a estudante em uma festa no sábado (8), ela se mostrou interessada e ele aproveitou a oportunidade.
Antes de matar a garota o suspeito pediu para ela fechar os olhos e imaginar onde ela estaria com ele mais para frente. Ela, apaixonada, atendeu. Foi então que ele deu um golpe por trás conhecido como 'mata-leão'.
A jovem ainda tentou se defender ao ser estrangulada. Ela conseguiu tirar a faca do suspeito e golpeá-lo no punho, no joelho e na panturrilha.
O adolescente aproveitou o momento que a mãe dele não estava em casa para cometer o crime. "Ele já está querendo matar alguém e viu ali a oportunidade. Marcou encontro no horário que a mãe estava na igreja e atraiu a vítima. Foi premeditado", disse o delegado.
A jovem foi morta no banheiro. “Ele narrou que cortou o pescoço dela, abriu o chuveiro e esperou drenar todo o sangue, levou em torno de uma hora para depois começar esquartejar”.
Parte do corpo foi encontrada na garagem da casa embaixo de de um carrinho velho de lanches. "Estava em um compartimento enrolado em um edredon. Inicialmente ele falou que seria um troféu. Posteriormente ele falou que, com a investigação, ele tirou debaixo da cama e escondeu ali para jogar em algum lugar", disse Bravo.
Na casa onde a jovem foi morta os policiais encontraram os tênis, óculos, aparelho celular quebrado e documentos da vítima. Também foram apreendidas duas facas usadas no crime, mochilas e sacolas.
O adolescente foi encaminhado para a Fundação Casa de São Carlos, enquanto a namorada foi levada para a Fundação Casa de Franca.
Desaparecimento
O pai da adolescente, o motorista Waldir Nery, disse que já esperava pelo pior. Ela não ficava duas horas fora de casa, era escola-casa, escola-casa”, afirmou.
Segundo o pai da jovem, Yasmin era ótima filha e ótima aluna e havia ganhando uma bolsa integral este ano para estudar em uma escola particular de Araraquara. A escola suspendeu as atividades na terça-feira.
No domingo, ela saiu de casa dizendo que ia a um show com um amigo, mas a família descobriu que ela estava com um adolescente de 17 anos, suspeito do crime.
“Ela saiu de casa umas 16h30 e as 17h a mãe dela ligou e ela ainda atendeu. Ela disse que tinha ido com um colega que a gente conhece, mas aí a mãe ligou para confirmar e o moleque não estava com ela não, era esse outro, ela mentiu”, contou Nery.
Yasmin e o suspeito haviam se conhecido em um show ao lado do Teatro Municipal, no sábado, segundo o pai.
“Esse show foi fatal, conheceu no sábado, morreu no domingo. Marcou encontro para o domingo para ir ao Sesc, mas com certeza ele fez a cabeça dela para vir para cá [na casa dele].”
O pai disse que chegou a falar com o suposto assassino da filha na noite de domingo e o rapaz disse que tinha estado com Yasmin. “Ele estava diferente, desconversando”, contou.
A conversa foi gravada pelo celular e a gravação foi entregue à polícia.

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